No ano de 2009 nasceu o Instituto Irmã Giuliana Galli, com sede na Rua Antônio Botelho, nº 715, Bairro Serrinha – Fortaleza, CNPJ 10.965.634/0001-32, pessoa jurídica de direito privado, filantrópica, de caráter assistencial, atuando na área de proteção social básica e educacional, sem fins lucrativos e econômicos, entidade filantrópica mantenedora das Escolas Irmã Giuliana Galli.
No ano de 2014 o Instituto Irmã Giuliana Galli (IIGG) firmou uma parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza (SME) que passou a ser responsável pelo Ensino Fundamental 1.
A Associação italiana por meio do IIGG mantém:
A Creche Irmã Giuliana Galli;
A Creche Gotas de Amor;
O Instituto Infantil Irmã Giuliana Galli;
Projetos extra-curriculares temporários – artesanato, reforço escolar, Pacificadores, Eco-Escola;
As infra-estruturas da escola de Ensino Fundamental 1 em parceria com SME, no prédio situado na Rua Antônio Botelho 715.
A comunidade Vila Garibaldi se situa na Serrinha, Fortaleza-CE, nas proximidades da Lagoa da Taperaoba, entre o Aeroporto Pinto Martins e a Universidade Estadual do Ceará. Foi se constituindo em dois momentos distintos: por volta de 1960 foi ocupada a área delimitada pelas ruas Benjamin Franklin e Américo Vespúcio, e em 1975 foi ocupada a área que fica ao entorno da ‘Escolinha’ – hoje chamada Instituto Infantil Irmã Giuliana Galli – entre a Rua Vitoriano Borges e Padre Nóbrega, se expandindo depois em direção a Dedé Brasil.
A área onde hoje fica o Instituto Infantil era ocupada – 30 anos atrás – por uma pequena lagoa (Lagoa Seca) formada pela água provinda da Lagoa da Itaperaoba. Aos poucos a lagoa foi sendo aterrada e ocupada por pessoas oriundas de diversos municípios do interior que fugiam da seca ou provindas de outras favelas de Fortaleza.
Hoje a Vila Garibaldi é uma comunidade carente, que apresenta todos os problemas típicos das favelas de Fortaleza: falta de saneamento e consequente esgoto a céu aberto, violência causada pela forte presença do tráfico de drogas, moradias em situação precária em conglomerados irregulares separados por vielas com inúmeras barreiras arquitetônicas.
Em outubro de 1993 a Irmã Giuliana Galli, freira italiana da ordem das Salesianas, ao visitar a Comunidade Garibaldi deparou-se com uma realidade de extrema pobreza, mas também com pessoas preocupadas com a educação das crianças que ali viviam. Já existia uma pequena sala de aula para reforço escolar no alpendre de uma casa; a Irmã Giuliana passou então a trabalhar, juntamente com moradores, para concluir e ampliar o projeto. Contando com recursos enviados por familiares italianos, no mês de abril de 1994 inaugurou o primeiro prédio das escolas, o qual contava com duas salas de aula, um banheiro e um refeitório, e atendia 80 crianças durante o horário da manhã.
Com fundos oriundos de famílias italianas reunidas na Associação Italiana – chamada Associazione Escola Irmã Giuliana Galli ONLUS – o prédio foi se expandindo nos dois anos seguintes. Em 1996 a escola construída em dois pisos abrigava 280 crianças e contava com cinco salas no andar superior e, no térreo, duas salas com banheiro, um ambulatório, uma cozinha com dispensa, um refeitório, uma secretaria, uma sala da coordenação e uma sala para os professores.
Em 2006, sempre com fundos oriundos da Itália, foram compradas algumas casinhas ao redor da escola e foi construída a rampa de acesso ao primeiro andar, a sala de dança e o pátio, chegando a ocupar a área que até hoje a delimita.
Atualmente, no andar superior, funciona a Creche Irmã Giuliana Galli e no térreo a Escola de Ensino Infantil Irmã Giuliana Galli, que atendem ao todo, 200 alunos diariamente.
Desde 1994 a escola de ensino infantil funcionou de forma regular sendo cadastrada no CREDE 21 do Município de Fortaleza e ao longo destas duas décadas foi autorizada e reconhecida pelo Conselho Estadual de Educação e hoje pelo Conselho Municipal de Educação. Sendo assim desde 1994 a escola dispõe de toda a documentação exigida pelos órgãos reguladores, como: livro de atas, registro de matrícula, censo escolar, relatórios, arquivo morto e arquivo vivo.
A escola passou por quatro denominações diferentes;
Escola Comunitária Santo Onofre, até o ano 1995;
Escola Comunitária Irmã Giuliana Galli, até o ano 2000;
Escola Filantrópica Irmã Giuliana Galli, até o ano 2011.
Instituto Infantil Irmã Giuliana Galli, a partir de 2012.
Em 1994 a escola começou com 4 turmas, Jardim I, Jardim II, Alfabetização e 1ª Série, chegando até à 5ª série nos anos seguintes. Com a criação da Escola de Ensino Fundamental Irmã Giuliana Galli a Escola Filantrópica Irmã Giuliana Galli concentrou suas atividades na educação infantil e hoje abriga uma creche e uma pré-escola.
A fundadora, Irmã Giuliana Galli nasceu em Cesano Maderno (região da Lombardia – Itália) em 1937, última de 4 irmãos. Com 6 anos, assistiu à morte do irmão Cesare, estudante do Colégio dos padres salesianos com o firme propósito de se tornar missionário no Brasil. Desde então, a aspiração não realizada do irmão, entrou em seu coração sem que ela percebesse, como a própria irmã relatou, em uma entrevista em 1990, sobre as razões de ter decidido ser missionária:
“O porquê está muito longe no tempo: quando eu tinha 6 anos assisti à morte do meu Irmão Cesare que, enquanto estava morrendo, dizia: “Não estou morrendo, já vejo o Brasil lá na frente!” Desde então, as palavras “Brasil”, que a gente nem sabia do que se tratava, a palavra “missão”, a palavra “consagração”, e a expressão “dar-se aos outros” ficaram dentro de mim.”
Seu sonho se concretizou somente no dia 11 de setembro 1987. Ela, aos 50 anos de idade, chegou à casa de Noviciado de Recife onde teve as primeiras experiências de missão. Esta casa ficava na periferia da cidade, porém, segundo irmã Giuliana, era uma miséria serena, cheia de dignidade e as pessoas tinham vontade de sair de lá.
Desde o início de sua missão, Irmã Giuliana sempre contou com o apoio de seus amigos, parentes e conhecidos na Itália, mantendo com eles uma cerrada correspondência epistolar. Em suas cartas, lê-se:
“Eu levo a Itália, minha casa e cada um de vocês dentro de mim. Por isso vocês estão pessoalmente perto de mim”.
Quando estava na cidade de Petrolina, uma doença incurável anunciou à Irmã Giuliana os primeiros sintomas. Ela pediu para ser operada e curada no Brasil, para poder ficar perto de seus meninos. A doença obrigou-a a uma longa hospitalização em um hospital de Fortaleza, mas mais uma vez Irmã Giuliana conseguiu enxergar a situação como um sinal de providência e declarou em maio de 1993:
“Vocês não devem pensar que a minha missão está concluída. Pelo contrário, ela está entrando em um ponto culminante e mais vivo. Diria: mais bonito e entusiasmante!”
Mesmo enferma, Irmã Giuliana inicia, com ajuda de amigos italianos e brasileiros, a reforma da escola Santo Onofre, uma pequena escola comunitária que já favorecia 50 crianças da Comunidade Garibaldi. A doença, entretanto, avançava inexorável, enfraquecendo cada vez mais o corpo de Irmã Giuliana, que parecia encontrar sempre novos impulsos para seu trabalho e “seus meninos” – como se referia carinhosamente às crianças da comunidade. Por isso, muitas das suas atenções neste período eram dedicadas a apresentar aos amigos italianos formas concretas de participação na atividade missionária, em particular a adoção à distância e a experiência de voluntariado em comunidades de baixa renda. Em 1994, conseguiu iniciar o ano escolar com 80 crianças, e no ano de 1995, pôde atender 280 crianças.
No dia 22 de fevereiro de 1995 Irmã Giuliana seguiu para o céu. Mas sua missão não terminou, ela permanece vívida e contínua em cada parte do Instituto e em todas as ações dos colaboradores, parceiros, padrinhos e principalmente dos alunos, que representam o futuro das escolas, da comunidade e da nação.